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domingo, 18 de abril de 2010

Ensaios sobre o amor III

ENSAIOS SOBRE O AMOR: VISTO DE DENTRO
(DO TEU ABRAÇO)

PARTE I
Eu confesso. Apesar de ser contra, e a despeito de toda a mágoa que alimento pelo amor, eu a amo acima de tudo. Amo com a cara, a coragem e o orgulho feridos. Amo com os pés fincados no chão e com a cabeça nas nuvens. Tão grande e tão responsável por nós que parece absurdo. Eu sou teu escudo e teu maior inimigo. Sou o lado escuro e me desfaço quando tenho de me despedir a cada manhã. Sou eu quem te cuido durante o sono e acompanho teus passos durante o dia. Sou eu quem exige satisfações sobre onde você esteve ou com quem dormiu esta noite, e sou eu quem zela pela tua liberdade de tomar o caminho que bem entender.
Eu admiro sua voz quando acorda e me diz um “bom dia” cheio de preguiça, com as marcas do lençol ainda impressas na face e os olhos apertados de sono.
Gosto de passar as mãos sobre o travesseiro onde você dormia há pouco, respirar essa sua ausência e sentir o medo do abandono momentâneo. Então eu gosto de ver você voltando, dizendo que meu medo não tem sentido e se deitando de novo.

PARTE II
Suas caretas no espelho. Por que nós nunca tiramos fotografias juntas? Esconder esse amor sempre foi nossa grande luta, e estar com você se parece muito com uma disputa. Os olhares na rua são seus e eu lhe abraçando para mostrar que você é minha, e não de quem quiser.
O amor é o conforto; é ter um motivo para atravessar o dia sem reclamar. Amor é um abrigo, é o colo macio. Amor tira o apetite e o sono, é a doença que cura todas as outras desgraças.
O amor é o espetáculo do sol nascendo em qualquer horizonte, desde que nós estejamos observando. Amor é afeto. O amor é o despertador de todas as manhãs, e você me fazendo chegar atrasada. Nosso amor é uma piada e toda a platéia com suas gargalhadas.

PARTE III
Amor é memória, para não esquecer de lhe abraçar em tantas datas que comemoramos; abraço de amor é longo, apertado, é o meu coração descansado, bem perto do seu. O abraço é o inverso da saudade; abraço dá vontade... Depende de onde ficam as mãos nessa hora.
Gosto tanto do seu nome, me abraça e diz a verdade: nós temos mesmo tanta coragem?
Abraços são despedidas e voltas de viagem; seu abraço é a imagem que eu quero conservar. Eu só cabia no seu abraço e não sabia lhe dizer.

-Continua-

Written by: Angélica Manenti

Um comentário:

  1. é a doença que cura todas as outras desgraças.





    não tem um texto até agora que eu não tenha sido tocado(parece algo religioso não?), com suas palavras.

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