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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Princípios

A hipocrisia é um artifício dos fracos, o orgulho é uma manobra dos desacreditados, o romantismo é um pretexto para os descontrolados, a humilhação é o castigo dos alienados. Acordei no meio da noite, incomodada com o barulho, arrancada de um pesadelo que me deixou preocupada por sair sem solucioná-lo. Os crimes bárbaros sem punição. O método falhou mais uma vez. A desculpa não convence mais. As idéias esgotaram. Tudo o que me envolve – o que ouço – o que me ensinam e o que vou contra. Não carrego objetos que não me pertencem; não insisto em esquemas defeituosos. Nós conversamos pouco, eu não a percebi. Gente espirrando regulamentos ao meu redor, me dizendo para desistir: os pensamentos fracos, eu me entrego a conselhos mal dados. Amo por comodidade, por preguiça de procurar melhor. Esqueço – a partir da primeira dificuldade. Eu tenho a idade que me convém; a oferta de solidão é que me faz sair e buscar contato, não suporto mais o meu quarto, os espaços fechados. Não estou voltando, não vou procurar por ela: as coisas podem não acontecer tal qual o esperado. Nós deveríamos testar antes de fugir, eu sei; dar o tempo para gostar. Não sabíamos se era o momento de parar, mas eu tive a impressão de que ir em frente só iria decepcioná-la.
Minhas falhas anteriores ficaram tão pegadas à minha memória, eu detesto as minhas histórias. Deixei passar a chance de criticar tantos absurdos que me indignaram, e hoje me sinto desanimada a tomar qualquer atitude sensata. Passou, comigo me privando. Permiti que se fosse com os meus princípios, e assim decretei nosso fim.

Written by: Angéica Manenti

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