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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Sua vez de estar


Pois é.
Você tinha razão.
Eu vivo empilhando paixões neste velho diário
E você não queria ocupar esse lugar.
Talvez um dia eu possa dizer que você não passa de uma boa recordação.

Mas por hora, tanta coisa ficou sem dizer.
Você me culpou por amar demais em tão pouco tempo
Eu não entendia porque você precisava de tanto tempo para amar,
E nosso tempo se esgotou antes que eu pudesse perceber.

Você também acabou.
Foi mais uma dessas paixões que não teve chance de acontecer
E eu continuo me negando a te escrever,
Mas você me desconcertou.

Pois é.
Você insistiu que seria apenas mais uma
E se esforçou mesmo para ser.
Foi tão covarde que até teve coragem de admitir.
Você se convenceu de que precisava sair e assim foi,
Se esquivando da culpa
Inventando desculpas
Dizendo que eu arriscava sua liberdade
Mesmo que eu nunca tivesse invadido seu espaço.

Parece que ainda vou precisar de alguns dias para cicatrizar
Mas isso já não é novidade numa vida tão cheia de entra e sai.
Você vai me doer até se curar
Enquanto você tentar se lembrar de um instante em que eu não fui lembrada
Até eu saber que deixou de ser difícil para você sustentar essa decisão,
Até que os seus olhos não se encham mais de arrependimento ao me encarar.

Eu ainda tenho aqueles extremos opostos de sentimentos ao longo do dia:
Um vazio sem rosto no meio da manhã
Uma lembrança indigesta junto à xícara de café
Uma saudade repentina que esfria com a raiva da distância que me foi imposta
Uma impaciência contida pela sentença de não mais te procurar
Uma implicância por conta dessa sua teimosia ilógica de me deixar
Um sorriso oportuno que insiste em recordar seus momentos mais doces
Um fio de esperança dolorosa e culpada no caminho de casa
E uma presença ingrata que invade meus sonhos até me despertar


Mas você vai passar.

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