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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Não me culpe mais


  Eu vou me perdoar. Quando eu admitir que gostei, que amei e que deixei de procurar a maioria delas por conta do meu orgulho ferido, eu vou me perdoar.
  Eu não sei perder. Acho que eu nunca consegui sair de uma relação em paz, porque eu não admito ser deixada. Eu queria ser mais arrogante, mais importante, mais necessária.   E eu não passei de impotente, todas as vezes em que vi as minhas paixões de final de semana me trocando por qualquer ser humano um pouco mais estável.
  É, eu sei que eu sou um poço de contratempos, sei que eu nem sempre acordo a mesma. Eu nunca fui a mesma. Na verdade, se estou aqui admitindo, é melhor dizer de uma vez que eu não sei lidar com as expectativas que eu mesma crio.   E são tão improváveis que eu não compreendo como ainda me surpreende quando não se realizam. Elas nunca se realizam. Eu imagino as cenas, elaboro o roteiro e perco completamente a razão quando a realidade não condiz com os meus delírios.
  Mas eu preciso me perdoar, de uma vez por todas. Eu tive tanta culpa quanto qualquer uma delas. Somos todas iguais e não damos certo juntas por sermos tão diferentes. Eu reclamo, acho que nenhuma delas soube me dar o devido valor e fico aqui pensando que foi melhor assim. Eu queria de volta, cada uma delas. Uma do passado em especial, ou mais precisamente uma nova que ainda não tenha me desmentido.
  Não que eu minta, mas às vezes eu fujo da realidade para ser menos descrente. Apesar de toda a minha contradição, ainda sou uma romântica impagável, fico procurando explicação para cada detalhe e me esqueço de acertar o que há em mim.
  Bom, nenhuma delas deve voltar, então eu preciso me redimir. Não tenho feito muitos avanços porque sou incapaz de me desprender dos desastres passados; fico remoendo o último instante ao lado de cada uma, vasculhando aqueles momentos em busca do ponto em que errei. Não! Esse fardo indigesto de ter errado sempre não pode ser somente meu, então eu preciso me desculpar.
  Eu até já fui mais melancólica, mas acho que me dissipei. Já fui de guardar sofrimentos por anos, achando que não tinha o direito de dizer, mas agora eu tenho vontade de ligar no mesmo instante e despejar toda a verdade. Dizer que estou querendo agora e não mais tarde e que se ela deseja sair, que seja com as próprias pernas. Que não faça parecer que eu fui fraca e desisti, porque essa não seria eu.

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