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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Tudo o que sei talvez


Por favor, empresta o seu silêncio para acalmar esse ruído aqui dentro.
Eu sei que você desviou sua rota para não me ver,
que atravessou a rua,
que tentou se esconder dentro de si mesma.
Eu sei quantos passos você deu tentando me esquecer.

Eu ainda sou uma lembrança persistente
e hoje deixei meu cheiro em você mais uma vez.
Eu sei que você sentiu,
e que quase se permitiu.
Eu sei que lhe faltaram palavras,
porque a minha voz também não soou.

Sei que algumas músicas têm o meu timbre na sua memória agora
e que provavelmente elas devam doer quando tocam.
Você me deixou saber que há saudade
e, por isso mesmo, há esperança.
Você deixou transparecer uma vontade
e se confortou ao ver que eu ainda estava lá.

Talvez você ainda não tivesse experimentado alguém que cumpre aquilo que diz,
ou talvez já tenham lhe dado demais aquilo que você não queria.
Talvez você não entenda minha decisão insensata de lhe obedecer,
por mais que afirme querer,
ainda torce para que eu não me afaste de verdade.
Talvez você sinta minha falta
e se pegue recordando os nossos lugares.
Talvez você ainda deseje inconscientemente me ver naquele mesmo banco esperando.
Talvez você ande por aí me procurando,
negando para si mesma o quanto gostaria de me reencontrar.

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