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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Noite sem Marcas


Não me leve para casa ainda, quero esperar o sol nascer para rever aquelas cores. Ainda consigo sentir o gosto do seu beijo no último anoitecer e o sabor do sangue em seus lábios mordidos.
Todos nós temos uma doença que viola nossas lembranças e nos consola; uma inspiração que nos tortura; uma mazela que intriga todo sonho e recobre com uma névoa espessa toda nossa coragem.
Você e eu dividimos a mesma pele quando nos matamos para juntar nossas almas no sacrifício, mas tudo muda muito rápido e amanhã podemos estar vivas outra vez; então aproveite esse momento e aprecie a queda, sinta o cheiro enjoativo da esperança e permita se extinguir. Fomos nós que pedimos para não sermos mais feitas de carne, osso, sangue e lágrimas; uma súplica impensada nos atirou às cobras. Por quanto tempo ainda vou ter de esperar? Eu a vi se retirando, mas ainda restou em mim uma veia pulsando enquanto eu me deparava com o chão sólido e tomava consciência da dor que viria com o impacto. Eu fiz isso tudo por você e agora descubro que o amor não se resolve só porque chegamos ao fim.

Written by: Angélica Manenti

3 comentários:

  1. Adoro ler esse blog, mesmo a dona não me dando mais atenção!

    Saudades amiga!

    ;*

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  2. é aquilo que eu disse brother...to lendo literatura francesa escrita em solo brasileiro...

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  3. Nooossssaa!
    Que texto massssaaa!
    Boa criatividade. *-*

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