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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dia Nublado


Não vai adiantar procurar inspiração ao meu redor, ainda mais em um dia como hoje, de clima tão tímido e ameno. O dia que só existe na esperança de que os próximos venham melhores. Os movimentos nas ruas são os mesmos de todos os dias, e meu mundo parado é pequeno demais. A música ao fundo ainda é daquela nossa banda preferida.
Mas nesse som há hoje um tom de marcha fúnebre, desgastado pelo apelo do sacrifício, cobrindo-a com terra e sal. Não há cores, porque ela só gostava das rosas brancas; há uma estátua de um anjo traído guardando o local, porque ela acreditava; há veneno, porque ela o carregava nos olhos. Não há lágrimas, porque ela não as permitiria. Vai com ela um segredo calado, uma vaidade que me esgota e devora meus dias enquanto me questiono. Há uma nuvem que não pretende chover, porque ela gostava de comemorar no meio da rua, com os pés descalços.
Haveria luzes, se ela não tivesse se apagado.

Written by: Angélica Manenti

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