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terça-feira, 12 de abril de 2011

Advérbio de Intensidade


O futuro pouca coisa nos reserva se a gente espera sem se levantar; a lembrança pouca coisa nos esclarece se a gente não se acostumar a contar. Nem mesmo as amizades mais sinceras são feitas de matéria não perecível; tudo se estraga, todo sorriso vence. O prazo dos segredos tem os dias contados. O nosso recanto ainda cheio de saudade tem paredes frágeis; o único teto que nunca desaba é o céu estrelado, um telhado do passado que hoje se esconde acima das nuvens, acanhado.
Nossos amores se cansam, nossos sonhos acordam antes do fim, no meio da madrugada e não combinam com a realidade. A beleza perdeu a rima, a essência perdeu a chance, a persistência perdeu a constância.
Agora eu sou culpada por viver tão intensamente cada um dos meus amores, parece difícil acreditar em mim só porque sou capaz de amar com mais freqüência do que a maioria das pessoas e sempre me esqueço que isso vai me machucar, ou simplesmente não me importo tanto assim.
Não gosto de joguinhos e nem de esperar, o amor não é feito disso, eu sou mesmo sincera demais: conto todas as minhas histórias e me exponho aos perigos só porque gosto de me arriscar; reclamo porque sou humana e faz parte da minha natureza, mas não significa que eu preferia não ter aprendido.
Sou extrema nos meus gestos, sou egocêntrica e auto-destrutiva, sou do instante agora e não me importo de percorrer quilômetros só para conseguir um beijo porque gosto da maneira como meu estômago revira, minhas mãos tremem e meu rosto congela naquele segundo último olhando dentro dos olhos dela.
Quando me apaixono – praticamente uma vez por semana – gosto de fazer tudo como se fosse o único e grande amor da minha vida, mesmo sem esperar nada do futuro; gosto de viver os medos maiores, de atravessar todas as vezes as angústias primeiras, as vontades impossíveis e de ter as lembranças eternas. Gosto da aventura que são as mulheres e preciso de mulheres que me façam perder a cabeça, que eu pague um preço alto por me aproximar e me despir por inteira para que eu possa-me sentir viva. Preciso de cada um desses amores sem lógica onde parece que me enfio só pelo prazer de abrir novas feridas.
Eu reclamo ausências, eu morro de saudades cada vez que desisto de uma garota e escolho não vê-la nunca mais. Eu torço para que retornem, me sinto vazia e procuro me preencher com outras formas de amor. No fim das contas eu estou errada por amar demais e querer encontrar a intensidade perfeita.

Written by: Angélica Manenti

2 comentários:

  1. Gosteiii do seu post Pinguin
    a relação com o amor te complica bastante né,mais não tais errada,voce escolhe amar entao ame intensamente nem que seja por 1 dia,1 hora,1 minuto,mais faça o que te deixa feliz,viva o momento.
    Parabéns pelo Blog ta muito bom :D

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  2. Oi Angélica!

    Texto muito bom em várias partes, nalgumas frases que desencontram com as anteriores mas que ficam perfeitas ao serem lidas juntas.

    Na verdade, nunca me vi me apegando a ninguém. E seguir a vida dessa tua forma me parecia o mais correto (e fácil): uma nova mulher a cada semana, com a paixão de primeiro encontro, a alegria do amor eterno e a validade de poucos dias... Mas a vida me rendeu uma mulher nova a cada dia, só que na mesma mulher já faz três anos, rs (:

    Continue assim. Ah, e visite meu blog também, as vezes eu finjo que escrevo por lá: http://migre.me/4ekFz

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