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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Um achado antigo, mas nem por isso obsoleto

Fico confusa e atordoada, achando que me falta alguma coisa, e me dou conta de que há muito tempo não escrevo. Decido então que o que me aflige é a falta de expressar o que sinto, mas descubro que no instante agora já não sinto nada.
Olho para o céu e penso em divagar sobre as estrelas, como muitos poetas fazem. Primeiro que poeta não sou, e outra que não consigo compreender o que se vê de tão especial naqueles minúsculos pontinhos que brilham lá, tão longe. É certo que essas estrelas sejam mesmo enormes, mas não aqui; não para mim que as observo cá da Terra. Acho mesmo possível que me faltem mais pessoas a quem amar nessa vida, mas de que me valeria ter mais gente, se as que já tenho muito me decepcionam e causam dor?
Encontro por vezes alguma vaga presença que me completa num momento e em outro logo me foge. Corro atrás de figuras utópicas que representam ser perfeitas e me parecem bem promessas de felicidade, mas que sequer sou capaz de alcançar. Deve ser essa a impressão que causam as estrelas aos poetas; que o brilho tanto os atrai e fascina, mas que jamais poderiam pisar. Contradição - porque não se deve desejar pisar aquilo que se admira.
Adorar é aprender que o objeto estimado é intocável. O próprio amor é uma ideia irrefutável. Creio que só a distância permite que se mantenha vivo o amor por qualquer criatura; que estando longe consegue-se ocultar seus piores defeitos, ou ao menos fechar os olhos aquilo que não se convive.

Angélica Manenti

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