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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vinte e três de maio, onde estiver


Muitos podem questionar esse amor, eu mesma já tentei de forma totalmente inútil compreender como pode um sentimento se manter vivo por tanto tempo e em circunstâncias tão adversas.
Primeiro foram as dúvidas, a distância, o medo da ilusão; foram tantas idas e vindas, tantas datas que ficaram para trás e por tantas vezes a única coisa que eu desejei foi poder estar com você para fazer desses momentos os mais especiais. Por tantos anos eu convivi com a agonia de ter as mãos atadas, de não poder fazer nada pela nossa história. A pressão das escolhas que poderiam machucar tantas pessoas, somada ao amor mais intenso que eu já senti.
Eu só fiz planos para o resto da minha vida ao seu lado, e acabei completamente sem rumo quando você foi embora. Já passaram alguns anos desde a sua partida e eu continuo sem saber o que aconteceu tanto antes quanto depois de você na minha vida. Mas eu guardei aquelas nossas datas, para me doer sozinha; reservei todos os dias vinte e três de todos os meses de maio para lhe dizer minhas melhores palavras, em silêncio; vou conservar todos os abraços de cada um dos seus aniversários que passarem em branco para lhe entregar um dia.
Eu nunca pude lhe cobrir de presentes caros, eu só podia oferecer palavras – como faço agora – e fico imaginando se em algum lugar do mundo, onde quer que você esteja, se você vai ler essa confusa carta de aniversário e aceitará como um presente simbólico.
Talvez com o tempo eu possa aprender que essa coisa de felicidade não foi feita para nós; pode ser que você esteja muito melhor no caminho que escolheu seguir e, considerando que o amor é o constante exercício do desapego, eu a amo o suficiente para um dia aceitar que você não pode mais voltar.
Desejo sinceramente que você esteja bem e que ainda seja capaz de encontrar bons motivos para sorrir. Que você comemore, que dance, que ame e lembre de mim bem vagamente em um canto esquecido da sua memória; não quero ser uma lembrança triste, mas quero que me sinta sempre por perto, como nunca pudemos estar antes.

post scriptum: este texto é uma esperança de que meu presente e minha presença sejam entregues, onde quer que ela esteja - Amanda.

Writen by: Angélica Manenti

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